O presidente da Volkswagen do Brasil, Hans-Christian Maergner, deixará o comando da empresa em 31 de dezembro. O anúncio pode ser oficializado segunda-feira pela matriz alemã, que também divulgará seu sucessor. Aos 61 anos, ele vai se aposentar.
O alemão Maergner está no grupo Volkswagen há 42 anos. Antes de assumir a filial brasileira, em janeiro de 2004, dirigiu a unidade da África do Sul, país onde escolheu viver após a aposentadoria, junto com a esposa brasileira que conheceu aqui.Engenheiro de formação, o executivo é especialista em corte de custos. Por isso a matriz o designou para o Brasil, terceiro maior mercado do grupo, mas com prejuízos há oito anos.Maergner substitui Paul Fleming, que ficou no País pouco mais de um ano. Fleming foi o sucessor de Hebert Demel, que saiu sem prestígio depois que a matriz, passando por cima da negociação que ele conduzia no País, fechou com o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Marinho, o acordo que deu estabilidade de cinco anos aos trabalhadores da Anchieta a partir de 2001.“A Volks tem trocado muito rapidamente seu comando no Brasil nos últimos períodos; nunca sabemos o que vem pela frente”, reagiu José Lopez Feijóo, presidente do sindicato.Maergner chegou ao País com fama de durão. Logo depois de tomar posse, mandou recado aos metalúrgicos do ABC, considerada a categoria mais mobilizada do País. Avisou que o acordo de estabilidade, que vence em 21 de novembro, não seria renovado. “Só sobre o meu cadáver”, disse na época à imprensa alemã.Na semana passada, ao participar de evento de apresentação do novo Polo, dois dias antes da assembléia que definiria o futuro da Anchieta, Maergner reafirmou que o Brasil perdeu competitividade por causa da política cambial.
A Volks exportava 42% de sua produção e deve reduzir essa participação para 32% este ano. Para reduzir custos, Maergner já conseguiu acordos de reestruturação no ABC e em Taubaté. Falta negociar com os funcionários do Paraná, tarefa que ficará para seu sucessor. Até 2008, o grupo vai cortar 6 mil postos, dos 24 mil atuais. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)
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