Carros brasileiros vendidos na Argentina e México, chega a estes mercados por um preço menor ao de seu país de origem.
Por que pagamos mais, uma vez que estes veículos são produzidos aqui no Brasil ?
Muito se fala que o carro feito no Brasil é caro. A certeza vem na comparação dos preços dos modelos produzidos aqui com os países para os quais são exportados, como México e Argentina, com os quais são mantidos acordos comerciais que isentam veículos de Imposto de Importação.
A esmagadora maioria custa mais para nós, brasileiros, do que para consumidores mexicanos ou argentinos. Tanto em dólar como em real.
Veja o exemplo do CrossFox 1.6, com preço sugerido de R$ 43.602 na versão básica. No México, ele custa R$ 31.421 (156.900 pesos mexicanos) e na Argentina, R$ 30.129 (43.100 pesos argentinos). Isso mesmo!
Pagamos até 44% a mais por uma unidade do fora-de-estrada leve. A diferença entre o produto para o mercado nacional e o exportado está no motor: bicombustível para nós, gasolina para eles. E só.
Antes de achar que a VW ganha dinheiro demais aqui, saiba que a mesma situação ocorre com outras montadoras que produzem e exportam. Ou que trazem modelos para cá. Ou que simplesmente vendem aqui. O que explica esta diferença, que pode chegar a quase o dobro em alguns casos? A nossa estrutura fiscal arcaica.
Os produtos são taxados em cascata: após recolher um imposto, outro incide sobre o valor anterior, e assim por diante. Portanto, tenha certeza que 27% do que você paga por um carro 1.0 corresponde aos tributos.
Para modelos acima de 2.0 são 36% - entre esses motores, 30%. "Sem dúvida nossa carga fiscal é a maior do mundo", afirma Elizabeth de Carvalhaes, diretora de assuntos governamentais da VW do Brasil e vice-presidente da Anfavea, associação que reúne as montadoras brasileiras. "O pior é que poderíamos ter os veículos mais baratos."