segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Nissan e Suzuki podem se aliar no Brasil

As montadoras japonesas Nissan e Suzuki estão estudando uma parceria na produção de carros no Brasil e na Rússia, de acordo com o "Nihon Keizai Shinbum", o principal jornal econômico do Japão.Segundo a publicação, a Nissan produziria carros para a rival em sua fábrica em São José dos Pinhais (PR). Caso o plano se concretize, os automóveis da Suzuki começarão a ser fabricados a partir de 2008. Na unidade brasileira, inaugurada em 2001 em conjunto com a Renault, a companhia produz picapes e utilitários esportivos.
O presidente de Nissan e Renault é o brasileiro Carlos Ghosn.Em 2003, a Suzuki, que não mantinha fábrica local, anunciou o encerramento das atividades de importação e distribuição de automóveis no Brasil. Na época, a empresa disse que a decisão foi motivada pela elevada taxa de câmbio e pela alíquota de importação. "Relutamos muito para decidir pelo encerramento de nossos negócios" disse na época da medida o então presidente da Suzuki no país, Toshio Ozawa.
As duas empresas já têm um acerto semelhante para o mercado indiano. Em junho, elas assinaram um acordo em que a Suzuki produzirá carros para a Nissan a partir de 2008. Em nota, elas disseram que a iniciativa era o começo de uma colaboração "em novos mercados emergentes", que envolve a divisão de fábricas. No mês passado, surgiram especulações que elas investiriam 1,5 bilhão em uma nova unidade no país.Plano semelhante ao de São José dos Pinhais aconteceria na unidade de São Petersburgo (Rússia), que será inaugurada em 2009 e tem capacidade de produção de 50 mil carros diariamente. Nessa fábrica, diz o jornal, a Nissan produziria carros médios da Suzuki.
Atualmente, a Suzuki importa para o mercado russo carros pequenos e utilitários esportivos de sua fábrica na Hungria.Política de aliançasA expansão de alianças faz parte da política de Ghosn no comando da Nissan e da Renault. Até o início deste mês, ele discutia a formação de uma parceria com a General Motors.
O negócio, porém, não foi adiante. A companhia americana queria uma compensação bilionária para realizar o acordo. Segundo o porta-voz da GM, Brian Akre, a empresa deveria ser indenizada porque se beneficiaria da parceria "muito menos" do que Renault e Nissan e porque o acordo impediria que ela fizesse alianças com outras montadoras.As negociações, iniciadas em julho, nunca tiveram o apoio do executivo-chefe da montadora de Detroit, Rick Wagoner. Surgiram rumores, na época, que Ghosn poderia procurar um acordo com Ford, mas a contratação de um novo executivo-chefe pela americana foi considerado um sinal que ela perdeu interesse na aliança.
Fonte:Folha de S. Paulo

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